CHEGUE NA PAZ

4 de mar. de 2016


O problema da saúde mental 

E' muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental. Transita-se de um lado para outro com relativa facilidade, sem que inicialmente ocorra mudança expressiva no comportamento da criatura. Ligeira excitação, alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, um mo­mento de mágoa, a escassez de recursos financeiros, a ausência de um trabalho digno, entre muitos outros fatores, podem levar o homem para a outra faixa da saúde mental, alienando-se temporariamente e logo re­tornando à posição anterior. Problemas de ordem emocional e psicoló­gica, com frequência, conduzem o indivíduo a estados de distonia psí­quica, sem produzir maiores danos quando não se deixa que enraízem ou que constituam causa de demorado trauma. Vivemos numa época em que as neuroses e as psicoses campeiam desenfreadas, mas é preciso lembrar que, além dos fatores que predispõem à loucura - e dentre os quais situamos o carma do Espírito, existe a obsessão espiritual, que leva o indivíduo a dar o passo adiante, arrojando-o no desfiladeiro da alienação de largo porte e de difícil recuperação... São os sexóla­tras, os violentos, os exagerados, os depen­dentes de viciações de qualquer natureza, os pessimistas, os inve­josos, os amargurados, os suspeitosos incondicionais, os ciumentos, os obsidiados, que mais facilmente transpõem os limites da saúde mental. 

Manoel Miranda
(Nas Fronteiras da Loucura, pp. 3 e 4)