Boa Tarde, amigos leitores.

Venho relembrá-los da decisão do Google, mediante aviso anterior recebido, que meu blog e minha Comunidade serão desativados no próximo dia 02 de abril. Lamentavelmente nada posso fazer, já que enviei mensagem questionando tal decisão e não obtive resposta. 

Este blog sempre foi para mim, uma missão diária e abençoada para postar reflexões direcionadas ao mundo inteiro. Aguardemos, torcendo para que tal postura seja repensada por eles. 

Nunca pensei em desativá-lo, pois seria meu bem maior e precioso que deixaria de herança para o mundo... nada e nenhum bem financeiro tem para mim maior valor. Ao editar essa página sempre a tive como o meu bem maior.

Beijos nos corações e sempre grata pela presença de cada um, venham de onde vierem.

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas não

me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,

a lança que desfolhas,

a água que de súbito

brota da tua alegria,

a repentina onda

de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.

Meu amor, nos momentos

mais escuros solta

o teu riso e se de súbito

vires que o meu sangue mancha

as pedras da rua,

ri, porque o teu riso

será para as minhas mãos

como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,

teu riso deve erguer

sua cascata de espuma,

e na primavera , amor,

quero teu riso como

a flor que esperava,

a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,

do dia, da lua,

ri-te das ruas

tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro

rapaz que te ama,

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando meus passos vão,

quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas nunca o teu riso,

porque então morreria.

(Pablo Neruda)