Venho das noites volumosas dos pensamentos
E dos dias em que me faço silêncio.
Das tagarelices do mundo
e da quietude do adentramento.
Dos poemas vestidos de vozes e de sentidos
E das tardes de sol em minha alma.
E venho também dos temporais
que alagam meu céu e meu chão.
De tudo que não tenho e sou e de todos
que me são, mas não me têm.
Dos países desconhecidos que trago comigo
e dos tesouros sem mapas
que sempre me abrigam.
Venho de um tempo e uma dimensão
que não crio e nem invento,
Mas que me cria e me inventa.
Feito ave , flor, mulher, poesia e renda.
Feito nuvem, pele, perfume, pétala e cor.
(Udar)