26 de ago. de 2015


Venho das noites volumosas dos pensamentos
E dos dias em que me faço silêncio. 
Das tagarelices do mundo 
e da quietude do adentramento.
Dos poemas vestidos de vozes e de sentidos
E das tardes de sol em minha alma.
E venho também dos temporais 
que alagam meu céu e meu chão.
De tudo que não tenho e sou e de todos 
que me são, mas não me têm. 
Dos países desconhecidos que trago comigo 
e dos tesouros sem mapas 
que sempre me abrigam.
Venho de um tempo e uma dimensão 
que não crio e nem invento,
Mas que me cria e me inventa.
Feito ave , flor, mulher, poesia e renda.
Feito nuvem, pele, perfume, pétala e cor.

(Udar)