CHEGUE NA PAZ

2 de set. de 2012

 
Ah!... Essa cigana festeira e alegre 
Que caminha pelas ruas buscando 
Em cada rosto um irmão, um amigo... 
Mora comigo, 
Faz do meu pranto comédia 
E sorri da minha dor 
Dança, canta, esquecida do amanhã, 
Porque sabe que o hoje é vida, 
E todas as misérias da vida, 
precisam ser esquecidas... 
Irreverente e dócil... 
Ama e se entrega enfurecida ao amor! 
Um quê de místico mora em seus olhos, 
Um quê de sombrio acompanha seus passos... 
Tantas vezes morreu e tantas voltou... 
Insiste em ser feliz, viver! 
Traz um cigano sonhado no peito 
Louco... fanático de amor... 
À noite percorre todos os recantos dos sonhos, 
Traz uma fogueira acesa, enormes labaredas 
De fogo em todo seu ser... 
Quem entende essa mulher, que vive 
Lembrando sua infância, sendo na alma 
Uma criança?... 
Trazendo na retina uma 
Lágrima brilhante de quem vai chorar...
E de um salto se põe a dançar 
Feliz como uma mariposa 
Na luz da fogueira...
Rosto incandescente, apaixonado, 
Louca de amor por tudo que a cerca, 
Triste e alegre, mistura tudo velozmente! 
Quero entendê-la, não encontro respostas... 
Acho que nunca alguém a entendeu... 
Ela mora em minha alma... 
Essa cigana sou eu! 

(Marilena Trujillo)