Quando eu era garoto, de 3 palmos de altura,
eu falava bem alto para ser um homem:
Eu dizia: EU SEI, EU SEI, EU SEI, EU SEI.
Era o começo da primavera...
Mas quando eu fiz 18 anos, eu disse:
Eu sei, taí, desta vez EU SEI.
E hoje, nos dias em que volto, observo a terra onde andei
de um lado para outro, e ainda não sei como ela gira.
Aos 25 anos, eu sabia tudo:
o amor, as rosas, a vida, os tostões.
Ah, sim, o amor. Eu tinha feito tudo...
E felizmente, como todos os colegas,
eu não tinha comido todo pão:
no meio da vida, eu ainda aprendi.
O que eu aprendi, cabe em 3 ou 4 palavras:
No dia em que alguém te ama, faz um tempo muito bonito.
Não posso dizer melhor:
Faz um tempo muito bonito!
É o que ainda me admira na vida.
Eu, que estou no outono da minha vida:
A gente esquece tanta noite de tristeza,
mas jamais uma manhã de ternura.
Toda a minha juventude, eu quis dizer:
Eu sei...
Só que, quanto eu mais procurava, menos eu sabia.
Sessenta batidas soaram no relógio.
Ainda estou na janela.
Olho e me pergunto:
Agora EU SEI. .. EU SEI QUE NUNCA SE SABE.
A vida, o amor, o dinheiro e as rosas, nunca se sabe o ruído
nem a cor das rosas.
É tudo o que sei! MAS ISSO... EU SEI.
Renato Cardoso