2 de jan. de 2012

Eu sei...

Quando eu era garoto, de 3 palmos de altura,
eu falava bem alto para ser um homem:

Eu dizia: EU SEI, EU SEI, EU SEI, EU SEI.

Era o começo da primavera...

Mas quando eu fiz 18 anos, eu disse:
Eu sei, taí, desta vez EU SEI.

E hoje, nos dias em que volto, observo a terra onde andei
de um lado para outro,
e ainda não sei como ela gira.

Aos 25 anos, eu sabia tudo:
o amor, as rosas, a vida, os tostões.

Ah, sim, o amor. Eu tinha feito tudo...
E felizmente, como todos os colegas,
eu não tinha comido todo pão:

no meio da vida, eu ainda aprendi.

O que eu aprendi, cabe em 3 ou 4 palavras:
No dia em que alguém te ama, faz um tempo muito bonito.

Não posso dizer melhor:
Faz um tempo muito bonito!
É o que ainda me admira na vida.

Eu, que estou no outono da minha vida:
A gente esquece tanta noite de tristeza,
mas jamais uma manhã de ternura.


Toda a minha juventude, eu quis dizer:
Eu sei...
Só que, quanto eu mais procurava, menos eu sabia.


Sessenta batidas soaram no relógio.
Ainda estou na janela.
Olho e me pergunto:
Agora EU SEI. .. EU SEI QUE NUNCA SE SABE.
A vida, o amor, o dinheiro e as rosas, nunca se sabe o ruído
nem a cor das rosas.

É tudo o que sei! MAS ISSO... EU SEI.

Renato Cardoso