CHEGUE NA PAZ

7 de mai. de 2024



"Minha mãe tinha muitos problemas. Não dormia e se sentia esgotada. Era irritada, rabugenta e azeda. E sempre estava doente, até que um dia, de repente, ela mudou. A situação estava igual, mas ela era diferente.

Certo dia, meu Pai lhe disse:
- Amor, estou há três meses à procura de emprego e não encontrei nada, vou tomar umas cervejinhas com os amigos.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem.

Meu irmão lhe disse:
- Mãe, eu vou mal em todas as matérias da faculdade...

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem, você já vai se recuperar, e se você não conseguir, repete o semestre, mas você paga a matrícula.

Minha irmã lhe disse:
- Mãe, bati o carro.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem filha, leve-o para a oficina, procure uma forma de como pagar e enquanto o arrumam, vá trabalhar de ônibus ou no metrô.

Sua nora lhe disse:
- Sogra, venho passar uns meses com vocês.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem, ajeita-se na poltrona da sala e procura uns cobertores no armário.

Todos nós na casa da minha mãe nos reunimos preocupados ao ver essas reações. Propusemos então fazer uma "Intervenção" à minha mãe para afastá-la de qualquer possível vício que tivesse para algum medicamento anti-Birras. Mas qual não foi a surpresa, quando todos nos reunimos em torno dela e minha mãe nos explicou:

"Demorei muito tempo para perceber que cada um é responsável pela sua vida, demorei anos para descobrir que minha angústia, minha mortificação, minha depressão, minha coragem, minha insônia e meu estresse, não resolviam seus problemas mas sim que exacerbados os meus, cansei infelizmente, e antes que eu tenha um AVC e venha a óbito, eu entendi que não sou responsável pelas ações dos outros, mas sim sou responsável pelas reações que eu expresse diante disso. Portanto, cheguei à conclusão de que o meu dever para comigo mesma, é manter a calma e deixar que cada um viva sua vida e resolva o que lhe cabe".

(A.D)