Querem nossa luz. Querem nossos ouvidos. Querem nossas palavras, nossas melhores palavras. Nossos direcionamentos.
Querem nossa paz. Nossa gratidão pela vida. Nossa confiança. O melhor de nossos sorrisos.
E temos que seguir como se não houvessem abismos em nós. Ecos que nos amedrontam.
Palavras engasgadas que não encontram escuta. Ninguém sabe o que nos dizer. Nem se esforçam.
Não é permitido desabar. Nem reclamar. Nem chorar. Nem se recolher. Nem se encolher. Querem-nos a postos!
Querem nossos ombros sem saber o quão estão pesados. Não importa!
Quem cuida de quem cuida? Ninguém liga. Nem sequer se questiona. Quem é forte que aguente. Sempre foi assim.
Pra que se importar em fazer diferente?"
(Rachel Carvalho)