E assim é a vida, dona moça!
Se você não é encrenqueira, você é planta.
Se fala e defende o que acredita, é barraqueira.
Se fala baixo, é sonsa.
Se fala mais alto, é sem educação.
Se é bem humorada, é esparramada.
Se é simpática, está horizontalmente disponível.
Se não é, é preconceituosa e antipática.
Se é tímida, tá fazendo jogo.
Se não usa modinha, é cafona.
E se usa, é patricinha.
E nem se atreva a cogitar a 5° sinfonia de Bethoven com Seu Jorge, porque vai assinar o B.O do contragosto, e é caso de prisão.
Se degusta Nietzsche e filmes de Godard, é metida a intelectual,
e é proibidíssima de curtir um rap, porque é contraditório.
Deus te livre de combinar Coralina com Bukowski, aí já é motivo de internação.
Se misturar Sartre com novela, é cadeira elétrica na certa.
Se é protetora de animais, é um absurdo. Deveria adotar crianças...
E por aí vai...
A sugestão é bem simples:
Seja quem você realmente é, e de preferência com a terapia em dia.
Quem estiver sintonizado na liberdade do Ser com você, maravilha!
E quem não estiver, tudo bem e amém!
Porque ninguém é obrigado, e você também não é!
Só um Obs pra refrescar...
Você será julgada pelos tribunais de gente perfeita o tempo todo.
Mas poucos ou nenhum chegará até você para se oferecer para pagar seus boletos, chorar seu choro, sangrar seu sangue... é isso!
Assuma a força e o poder da sua Unicidade!
Você É! Tome posse!
Só não vale ser insensível e perverso com ninguém, viu! Porque aí já é outra prosa.
(Helena Cardozo Rapozzo)