A diferença entre uma relação com desafios naturais de uma relação tóxica é que enquanto uma lhe ajuda a crescer a outra lhe diminui. Uma lhe estimula e a outra lhe fere.
Um dos hábitos que mais contaminam a nossa vivência afetiva é o de romantizar relações tóxicas e de acreditar que a pessoa que nos machuca é o amor da nossa vida.
Se relacionar dá trabalho.
Imaginar uma relação sem desafios é crer que o amor resolve tudo. Mas, o amor não cobre os pontos que temos para desenvolver e tampouco anula no outro aquilo que ele tem para crescer.
Se relacionar é saber crescer a dois e necessita de doses volumosas de paciência, entendimento, empatia e respeito.
Às vezes, uma relação assim vai ter suas dores, mas não significa que nos fará sofrer. Uma relação que faz sofrer é uma relação que nos diminui, que impede nosso crescimento pessoal e que não apresenta perspectiva de evolução a dois. Ela nos intoxica de fora para dentro.
E por que é comum nos prendermos a pessoas que nos fazem sofrer?
Às vezes, estamos tão vulneráveis emocionalmente que aceitamos qualquer migalha de afeto e fazemos disso uma ilusão de amor para nos negarmos a ver a nossa própria carência.
Nesse contexto preferimos suportar a dor e manter a fantasia, do que cortar o mal pela raiz e enxergar as fragilidades emocionais que precisamos trabalhar dentro de nós.
Se relacionar com pessoas tóxicas pode ser acidente, mas se manter nessa relação é escolha. Quem fica apegado ao que lhe machuca não precisa do amor do outro, precisa aprender a se amar.
Precisa resgatar sua autoestima, superar a sua carência, não ser dependente emocional, para encontrar a força de dizer não e ver que merece mais!
A gente pode até amar o outro, mas precisa se amar mais, ao ponto de dizer: se é isso que você tem a oferecer sinto muito, mas eu escolho cuidar de mim!
(Alexandro Gruber)