CHEGUE NA PAZ

29 de abr. de 2021


- A mulher que eu me tornei tem o coração um pouco mais frio, o olhar um tanto mais apurado, o abraço muito mais seletivo, mas o sorriso, ah o sorriso, esse continua igual.

A mulher que eu me tornei é um tanto complicada de se decifrar.

Ela chora no capítulo final do seriado, mas mostra força nos momentos mais difíceis da vida real.

Ela se sente bem quando está rodeada de amigos, mas também não se incomoda de ficar sozinha em casa tomando um bom vinho.

A mulher que eu me tornei já não se entrega mais tão facilmente, mas ainda não perdeu aquela velha mania de acreditar no amor.

Ela foi forjada a cada decepção vivida, a cada lágrima derramada, a cada encontro com a natureza, a cada mergulho no mar.

Ela ainda não entendeu toda a complexidade da vida, mas também já não se cobra tanto por isso.

Ela viveu histórias que guarda no fundo da alma.

Lugares que visitou, lábios que beijou, amizades que cativou, sorrisos que despertaram o melhor dela.

A mulher que eu me tornei não está pronta, ainda tem muito o que evoluir.

Ela ainda erra, ainda escolhe errado, ainda sangra.

Ainda vai ser muito melhor.

Muito maior.

Voar muito mais alto.

A mulher que eu me tornei venceu batalhas que pensava não ser capaz.

Eu tenho orgulho dessa mulher guerreira.

Orgulho por ter evoluído tanto.

Quando olho pra trás e percebo que aquela menina insegura e sonhadora passou por tudo aquilo e se transformou nessa mulher, sinto que valeu a pena todo o caminho percorrido.

Eu amo ser quem eu sou.

A mulher que eu me tornei é o meu maior orgulho porque só eu sei tudo o que ela passou para chegar até aqui.

(Rafael Magalhães)