"Diagnosticar os problemas emocionais do cara,
não vai fazer com que ele mude. Ele precisa querer.
Pare de gastar com ele uma energia que poderia
gastar com seu autoconhecimento."
Sabemos o que eles precisam fazer com sua vida profissional, insistimos para que realizem exames médicos, somos capazes de desenhar a árvore genealógica para encher de setinhas e explicar a origem de cada comportamento; traçamos para eles um projeto de masculinidade inovador sem que jamais tenham nos pedido.
Parece que temos todas as respostas que não temos para nós, toda a disposição que nos falta ao negligenciarmos nosso próprio salto em nossa jornada. Viver através do outro em troca de algum reconhecimento afetivo é também uma fuga para não tomarmos nossas vidas nas mãos.
Você é consteladora familiar? É psicanalista dele? Tá fazendo coaching? É SUS? Não, você é uma mulher querendo amar e ser amada sem tantas complicações.
Você é consteladora familiar? É psicanalista dele? Tá fazendo coaching? É SUS? Não, você é uma mulher querendo amar e ser amada sem tantas complicações.
É uma mulher que está aqui por um motivo singular, que só você mesma pode encontrar, e que está contribuindo para honrar os nossos tempos de levante e libertar toda uma linhagem familiar de mulheres de muita, muita dor.
Então comece se autorizando a sentir mais prazer. Uma mulher que se deu um trampo afetivo voluntário enorme e não percebe que a sociedade espera que estejamos justamente nesse lugar, sendo exploradas, eternamente à espera de que os homens melhorem para que a vida faça sentido para nós.
E eu estou aqui, como uma mulher que fez isso consigo por muito tempo, para lembrá-la que o sentido da sua vida é outro. É seu.
Sim, nós cuidamos de quem amamos para expressar carinho e companheirismo. Mas isso não deveria ser papel social da mulher, não deveria ser tão unilateral, deveria ser responsabilidade afetiva de qualquer um que ame.
Sim, nós cuidamos de quem amamos para expressar carinho e companheirismo. Mas isso não deveria ser papel social da mulher, não deveria ser tão unilateral, deveria ser responsabilidade afetiva de qualquer um que ame.
Você tem o direito de receber a mesma quantidade de cuidado que dedica a alguém, em vez de ser a adulta solitária da relação.
Tentar salvá-lo de si, criá-lo (ressocializá-lo), dar a ele um destino diferente para que aí, sim, ele te dê o amor que você deseja, é uma forma brilhante, labiríntica, de colocar seu próprio projeto de vida em stand by. Espero que você se lembre e se levante desse lugar que te consome e te desperdiça.
(Maria Gabriela Saldanha)
(Maria Gabriela Saldanha)