JOGUEI QUASE TUDO FORA...
Abrindo e vasculhando meus velhos armários, comecei a fazer uma faxina, com muita calma.Voltei, então, no tempo, por sinuosos itinerários,
Para tentar entender os segredos da minha alma.
Vi aquela pequena boneca, num canto, esquecida, esperando, quem sabe, um dia, finalmente, nascer!
Uma velha fotografia, uma lembrança adormecida! Um poema de amor que não terminei de escrever...
Então te reconheci, numa gaveta da minha memória: guardei como tesouro, embrulhado cuidadosamente. Lembrei-me de cada capítulo daquela nossa história, senti até a emoção da tua boca na minha novamente.
Estavas ali, obducto num canto, desde quando não sei. O coração bateu forte, senti um tremor na minha mão...
Já me desfiz de tanta coisa e tanta coisa eu já joguei, mas desfazer-me de ti... isso eu não consegui, não!