CHEGUE NA PAZ

28 de ago. de 2018

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ESTUDANDO A ARROGÂNCIA

1- EGOÍSMO.

De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de se eliminar, porque deriva da influência da matéria. Ele é a doença original do ser, transformando-se no hábito doentio de atender aos caprichos pessoais. Até certa etapa, ele foi impulso para a frente até quando a razão permitiu a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Afastamo-nos de Deus e passamos a peregrinar sob a escravidão do “EU” e, o resultado foi uma terrível sensação de abandono e inferioridade.

2 - PAIXÃO E ORGULHO.

O orgulho é um subproduto do instinto de conservação, um princípio que foi colocado no homem para o bem, porque sem o “sentimento do valor pessoal” e a “necessidade de estima”, não encontraríamos motivação para existir. O instinto de conservação desenvolveu, assim, a posse como sinônimo de proteção. O problema não é o sentimento de orgulho, mas o descontrole de seus efeitos. Assim, ele se torna uma paixão, isto é, o excesso de que se acresceu a vontade, isto é, a exageração de uma necessidade ou de um sentimento, e esta paixão gerou o vício e este patrocinou o desequilíbrio.

3 - ARROGÂNCIA.

3.1 – CONCEITO DO SENTIMENTO DE ARROGAR NO SENTIDO ESPIRITUAL.

- Exacerbada estima a si mesmo.
- Supervalorização de si (personalismo).
- Autoconceito super dimensionado.
- Desejo compulsivo de se impor aos demais.
- Sentimento de exagerada importância pessoal.

3.2 – TRAÇO PREDOMINANTE NA PERSONALIDADE ARROGANTE:

É a não conformidade. Usada com equilíbrio, é fonte de crescimento e progresso, entretanto, sob ação dos sentimentos de posse e do interesse pessoal, esse traço atingiu o patamar de rebeldia e obstinação enfermiça.

3.3 – POR QUÊ SOMOS ARROGANTES?

Porque temos necessidade de proteção instintiva contra o sentimento de “menos valia” e ,assim demos o primeiro passo no processo evolutivo em direção à ilusão, ou seja, um mecanismo de defesa. Assim podemos pensar nas patologias como uma recusa em “SER HUMANO”, uma desobediência por não querer assumir o que se é na caminhada do progresso.

3.4 – AÇÕES MAIS PERCEPTÍVEIS EM DECORRÊNCIA DO ATO DE ARROGAR.

3.4.1 – RIGIDEZ.

É a raiz das condutas autoritárias e da teimosia, que deságuam nos comportamentos de intolerância.

3.4.2 – COMPETIÇÃO.

A competição é fruto da 
comparação e a disputa, alimentando o sentimento de superioridade. Quando ela é motivada pela paixão gera o sentimento de inveja e, motivada pela rebeldia, causa o menosprezo e a indiferença.

3.4.3 – IMPRUDÊNCIA.

É a ousadia transgressora em busca do desejo de hegemonia e poder, que não teme e nem respeita os limites, atingindo o perfeccionismo e a ansiedade que, frequentemente, deságuam na necessidade de hegemonia e poder.

3.4.4 – PREPOTÊNCIA.

Pode gerar a megalomania, a presunção, que formam o piso da vaidade, conduzindo a desmedida necessidade de fixar-se em certezas que adornam posturas de infalibilidade.

3.5 – PREDOMINÂNCIA DAS AÇÕES.


A arrogância manifesta-se com maior ou menor ênfase em uma das quatro ações descritas, criando
efeitos variados no comportamento conforme o temperamento e a história espiritual particular.

Na RIGIDEZ , eu controlo.

Na COMPETIÇÃO, eu sou o maior.

Na IMPRUDÊNCIA, eu quero.

Na PREPOTÊNCIA, eu posso.

3.6 – TIPOS PSICOLÓGICOS DE ARROGANTES.

3.6.1 – DEPRESSIVO.

Quando a arrogância é voltada para o passado, quando há uma fixação em mágoas decorrentes da
inaceitação de ocorrências que na sua excessiva auto-valorização, o arrogante acredita não merecê-la

3.6.2 – PSICÓTICO.


Quando a arrogância é dirigida ao futuro, acreditando o arrogante ser mais capaz e valoroso que realmente é.

3.7 - CARACTERÍSTICAS DO ATO DE ARROGAR.

É uma inaceitação da realidade presente.

Incapacidade de percebê-la.

Disputa pela apropriação da verdade, da necessidade compulsiva de estar sempre com a razão. A superioridade pessoal provocada pelo sentimento de orgulho interfere na formulação de juízos e, a partir disso, estipulamos concepções pessoais como verdades incontestáveis. Isso é personalismo.

Ilusão de possuir a capacidade de julgar com precisão a vida alheia.

Processo psíquico de auto-fascinação, através exacerbada convicção nas opiniões pessoais, em se tratando das intenções e atitudes do próximo.

Neurótica necessidade de disputa, para se sentir superior aos outros.

O orgulho é o sentimento de superioridade pessoal, ao passo que a arrogância é a expressão doentia desse traço moral.

4 – CONCLUSÃO.

O que faz uma pessoa ser importante é a sua capacidade de servir, realizar.

Não sabemos quem somos e partimos para adotar referências para fora de nós.

Na disputa, diminuímos o outro, para nos sentirmos maiores.

A humildade é saber quem se é, despindo a mente de comparações para fora e mensurando-se a realidade de si mesmo.

Quem não se ama, necessita compulsivamente estabelecer comparações com os outros, estabelecendo disputas.

Quando nos amamos, distanciamo-nos da necessidade de prestígio ou reconhecimento.

Comparemos o EGOÍSMO como sendo o VÍRUS (sentimento Básico) e a ARROGÂNCIA a doença (atitude).

O orgulho incapacita-nos para verificar as próprias imperfeições, pois o orgulhoso cria uma ilusão, uma distorção da realidade , impedindo que vejamos o que somos realmente.

Adotamos dois caminhos nos relacionamentos controle e a diferença. Se não conseguimos controlar alguém, quase sempre utilizamos o mecanismo da indiferença.

4.1 – MARIA MODESTA CRAVO ( Do livro “Lírios da Esperança” )

Os adversários da causa espírita conhecem sobejamente nossos traços egocêntricos.

Atuam, excitando o temperamento ao sabor de nossas tendências.

A tática é desacreditar-nos uns perante os outros através do leque de atitudes derivado da arrogância, esfriando as relações e indispondo-nos a conviver e confiar.

São criadas as ilhas produtivas, núcleos de trabalho ativo que se fecham em si e não abrem para formar um sistema de rede, intercâmbio e solidariedade.

Apenas insuflam a competição velada, induzindo julgamentos sobre a vida alheia com os quais, através da “maledicência envernizada”, procuramos diminuir uns aos outros

Aquilo que vemos nos outros são reflexos leais do que somos, ou pistas seguras de que temos algo
similar dentro de nós.

4.2 – DR INÁCIO FERREIRA (Conversa com MARCONDES )

A revolta é o estágio em que estacionam os arrogantes quando percebem serem impotentes.

O revoltado é alguém que não aceitou os alvitres da realidade e, para não tombar na depressão, assume a prepotência e a insanidade da insolência.

Somos arrogantes por sentirmos inseguros, temerosos e fracos.

4.3 – EXERCÍCIOS DE REEDUCAÇÃO DO PERSONALISMO.

Emitir opiniões sem fixar-se, obstinadamente, na ideia de sermos os melhores.

Ouvir as discordâncias alheia acerca de nossas ações.

Pedir desculpas quando errarmos.

Aprender a ouvir opiniões para melhor discernirmos.

Sermos simples.

Termos como única expectativa nas participações individuais o desejo de aprender a ser útil.

Delegarmos tarefas, mesmo que a acredite que outro não dará conta de fazê-lo tão bem quanto nós.

(A.D)