CHEGUE NA PAZ

25 de nov. de 2015



Dia 23 de novembro, na Índia e ao redor do mundo milhares de pessoas comemoraram os 90 anos do advento do avatar Sathya Sai Baba. Quem é Sai Baba? Esta é uma pergunta que ninguém conseguirá responder de maneira a satisfazer plenamente a todos. Cada um poderá definir Sai Baba de acordo com sua visão, sentimento e entendimento. Um ser tão extraordinário, múltiplo e surpreendente leva às mais diversas interpretações: uns insistirão mais em um aspecto, outros em outro, mas não existe nada que revele mais verdadeiramente do que a própria experiência. Para alguém que não tenha vivido uma experiência transcendental é praticamente impossível a compreensão do seu significado. Posso garantir que nada pode ser mais prodigioso e transformador na vida de alguém, do que experimentar um encontro presencial ou espiritual com um avatar. Inúmeras pessoas de todas as raças, culturas e credos experimentaram e têm experimentado , o poder imensurável do amor de Sai Baba, mesmo após sua morte. Sua ação orientadora, protetora e transformadora permanece atuante em suas vidas. O fenômeno da avataridade é inexplicável para a mente relativa, dual e condicionada a finitude e aos pares de opostos, bem e mal, macho e fêmea, certo e errado. O avatar é a encarnação de um Raio Divino, um mistério insondável. Aceitar a ideia de uma divindade que assume forma humana, é um enorme desafio, um obstáculo quase intransponível para nossa mente. Desde tempos imemoriais, o homem vem buscando algo que demonstre de um modo correto e inconteste a existência de Deus. Esse é um problema que as várias religiões e filosofias tentam resolver desde que existem. Admitir a existência de uma avatar é assumir que o homem é divino essencialmente. É uma convocação, para viver transformações estruturais de consciência, consequentemente de comportamento. A fé é uma conquista da alma, não se inventa, nem se impõe, mas a necessidade de crer está intimamente ligada a necessidade de amar; é por isso que os seres humanos têm necessidade uns dos outros e de Deus. Mesmo os que se declaram ateus sentem no âmago do seu coração o desejo de experienciar a transcendência, sentir na sua vida a divina Presença. Tudo o que eleva o pensamento humano acima dos seus instintos, como o amor, a ética, a moral, a honra, o caráter, a devoção, o serviço desinteressado e a compaixão, são indícios de um embrião de fé em algo maior do que as informações inexatas dos sentidos. Quer pela afirmação, quer pela negação da existência de Deus o ser humano tenta compreender e devassar o mistério do Infinito e Inominável. A busca do divino tem um lugar maior em nossas vidas do que julgam os que têm a pretensão de pensar que Deus é dispensável. Para a ciência Deus é uma hipótese, mas para o ser espiritual que somos essencialmente, é uma necessidade inata. Deus, o avatar e seu Mistério não se circunscrevem a provas laboratoriais e comprovações porque estão acima e além da razão, do intelecto e da comprovação científica. Muitos cientistas tentaram explicar o fenômeno Sai Baba, esquecendo-se que a ciência é absolutamente impotente para provar se devemos ou não acreditar no fenômeno da avataridade. O avatar é o Homem-Deus. Para nós ocidentais Jesus é Deus que se fez homem, um avatar. O conceito do avatar, como encarnação de um raio divino existe em várias tradições, mas em nenhuma é tão presente quando na fé hindu. Para os hindus sempre que o Dharma, a Lei Cósmica Eterna está ameaçada, Deus se faz humano para reorganizar a vida e preservá-la. Essa não é uma afirmação que pertença a ciência, mas sim ao terreno da metafísica. Como todo avatar, Sai Baba não trouxe uma nova religião, nem priorizou nenhuma delas, nem mesmo o hinduísmo, embora tenha nascido numa família hindu, e na Índia. Sua vida é a Sua mensagem Sua mensagem é universalista, e propõe a prática dos valores espirituais e éticos que norteiam todas as filosofias e religiões. O que nos obriga a reflexões profundas e consequentes transformações interiores, que conduzirão a novas escolhas, prioridades, valores, percepções e atuações no mundo. Diante da ideia da existência de um avatar tendemos a buscar explicações, e isso nos distancia da oportunidade de viver intensamente a experiencia pelo sentimento. Diante do advento de um avatar a mente, a lógica e a razão se deparam com seus limites. Com isso não estou defendendo a chamada fé cega, que conduz ao fanatismo medroso violento e impiedoso, mas estou propondo que ousemos afirmar pela vivência e compreensão lúcida que existe um fato inconteste, imenso, e apreciável pela fé apesar de enigmático para a ciência; um fato que de inúmeras maneiras derruba barreiras e condicionamentos culturais demonstrando poder de alcance universal: o avatar Um advento evidentemente inexplicável, um ser quântico capaz de transformar matéria em energia e energia em matéria densa, cuja grandeza ultrapassa nosso raciocínio, com o poder de transformar nossas mentes e nossos corações é um alento nessa era de inversão de valores, violência e desamor. Como já disse, Sai Baba não trouxe uma nova religião ou seita, porém seus ensinamentos despertam em nós o que se poderia chamar de religião natural, a certeza acalentadora do encontro particular, intransferível com nossa divindade interior. Gratidão eterna ao avatar Sathya Sai Baba, divino educador de corpos, mentes e almas. 


OM SAI RAM


Marilu Martinelli