CHEGUE NA PAZ

4 de ago. de 2015



Cazuza: “às pessoas de alma bem pequena,
remoendo pequenos problemas, 
sempre querendo aquilo que não tem”.


Temos aqui a pequenez da alma no sempre desejar algo. Não creio que quem deseja tenha a alma pequena, mas a questão colocada na canção não é para o desejo e sim, para a não valorização do que já se tem. O que se quer está no futuro e cabe ainda um caminho para nele chegar. O que se tem está no presente, pode ser usufruído e, portanto, merece ser valorizado. Por vezes, no entanto, não valorizamos o que temos e aí sim, apequenando a alma, ficamos lamentando não ter algo que desejamos.

Geralmente isto ocorre quando existe um vazio existencial que não será nunca preenchido por conquistas da ordem do material, como ocorre com muitas pessoas que consomem, consomem, e estão sempre insatisfeitas. Comem, comem... compram, compram... dentre outros comportamentos repetitivos na esperança de uma satisfação que não virá. Não virá, pois é anseio da alma e não do corpo. Daí a “alma pequena”. O desejo é ampliar esta alma, este estado de espírito, esta auto estima. O desejo na verdade é de se conhecer melhor e descobrir o que realmente a completará.

Tarefa árdua, mas não impossível. Basta ficarmos um pouco só todos os dias e deixarmos vir os pensamentos e com eles dialogar. Dialogar com nós mesmos e neste encontro com o verdadeiro ser, descobrir o que realmente nos sacia.

E veremos que ser feliz é bem mais simples do que se pensa e não o complicado se deixar levar pela correnteza do mundo, da vida, do consumismo, das vaidades, dos orgulhos.

Não é isto que acontece com muitos?
Só para registro e reflexão.
Fecha o pano.