POEMA DA GRATIDÃO
Obrigado Senhor! Pelo lar que nos dá!
Pelo pão que nos deste! Pela roupa que nos veste!
Pela alegria que possuímos. Por tudo de que nos nutrimos.
Obrigado, Senhor! Pelas aves que voam sobre o teto anil
Pelas Tuas cálidas mãos.
Obrigado Senhor! Pelos nossos olhos que contemplam a beleza e iluminam amor, diante da generosa e majestosa natureza. E aqueles que perderam a visão, deixa pelo menos, por eles eu rogar, ao teu nobre coração, porque eu sei que depois desta vida, após a lida, com alegria incontida, ão a enxergar.
Obrigado, Senhor!
Pelos ouvidos meus, ouvidos que me foram dados por Deus, que registram a
sinfonia da vida no trabalho, na dor e na lida, o gemido do vento no galho do olmeiro, as lágrimas do mundo inteiro. A voz longínqua do cancioneiro.
E aqueles que não podem falar, deixe-me por eles eu rogar, porque eu sei que teu reino, um dia ão a pronunciar.
Obrigado Senhor! Pela minha voz. A voz que ensina, pela voz que ilumina, pela voz que fala de amor. Obrigado Senhor! Quantos vivem na afasia, que não falam nem de noite, nem de dia. Deixe-me por eles eu rogar, pois eu sei que em Teu reino, um dia, o Teu nome ão a pronunciar.
Obrigado, Senhor! Pelas minhas mãos... pelas mãos que acenam adeus... mãos que fazem ternura, mãos que socorrem na amargura. Agradeço também pelas mãos que fazem as leis, pelas mãos que trabalham o solo, pelas mãos que configuram, nestes traços, como estrelas fulgindo em meus braços.
Obrigado, Senhor! Pelos meus pés, que me levam a caminhar, nobres, humildes, sem reclamar. Lembro-me daqueles que vivem mutilados, trôpegos, aleijados, deixe-me por eles eu rogar, porque eu sei que um dia, em Teu reino, ão a bailar,
em transportes sublimes outros braços afagar.
Obrigado Senhor! Pelo meu lar, mansão de glória, escola de amor.
Obrigado Senhor! Pelo meu teto, que me leva abrigar, um teto amigo onde eu posso aconchegar. Mas se eu não tiver, sequer, um lar, eu direi:
“Obrigado Senhor!”
Obrigado Senhor! Porque eu nasci.
Obrigado porque eu estou aqui.
Obrigado Senhor! Porque eu te conheci.
E porque me socorres com amor, hoje e sempre.
Obrigado Senhor!
Divaldo Pereira Franco pelo Espírito de Amélia Rodrigues