É possível enumerar os grãos da poeira estelar? É possível saber de quantas formas pode cantar a voz do vento? Alguém já tentou decifrar as formas que tomam as ondas no oceano? E hoje, que história canta o pulsar da Terra?
Que os ouvidos se abram. Que o coração se expanda. Que os sentidos enlouqueçam porque a realidade deste Amor não pode ser compreendida através deles. Há uma roda de Fogo que gira. O girar desta roda move universos. O girar desta roda é também o único movimento estático em seu interior. Atentem ao girar da roda, giremos a roda de Fogo.
... Comunhão vibratória...
Meus amados, não será pela mudança do verbo físico, não será pela transformação forçada de seus comportamentos, não será pela substituição de uma crença por outra, que a Paz se estabelecerá.
O Raio da Paz não responde às demandas de um mundo ilusório. O Raio da Paz é expressão espontânea da essência. Quando sua atenção se volta para a roda de Fogo que gira em seu interior, então desta roda o Raio da Paz é emanado e vivifica e transforma e resgata e redime a matéria deste mundo. A roda de Fogo da qual eu falo, não é um objeto, não é nem uma estrutura vibratória ou lumínica, é simplesmente uma metáfora como a poesia pode nos oferecer para nos referirmos àquela essência incognoscível, intocável, indescritível que é o ilimitado do Ser.
Reconheçam, apenas. Isto não exige esforço, isto não exige uma ação construída no mundo das formas, isto não exige ritos, regras ou cerimônias. Esse reconhecimento acontece na mesma simplicidade do Ser. Este reconhecimento é de fato também uma capacidade da consciência, porque este reconhecimento não é a nomeação daquilo, este reconhecimento não é a catalogação ou a análise da experiência, porque o Ser não pode ser experimentado, uma vez que no próprio reconhecimento o agente desaparece.
Quando na simplicidade do Ser vocês atentam para estereconhecimento, vocês perceberão: um ator não faz mais sentido.
Quando na simplicidade do Ser, vocês se permitem a este reconhecimento consciente, então vocês perceberão que um palco e um teatro não fazem mais sentido. E ainda assim o agente, o palco, o teatro e mesmo a história que nele se desenrola podem continuar existindo. Mas então vocês terão sido libertos do grande engano daidentificação e da limitação com o que se desenrola no palco e no teatro. Reconheçam-se na simplicidade do Ser e vocês perceberão que oagente é um fenômeno no corpo da Mãe Universal. Reconheçam-se na simplicidade do Ser e vocês perceberão que a história que se desenrola, qualquer que seja ela, não passa de um véu que cobre este corpo.
Todos os fenômenos são essencialmente vazios, porque não possuem existência própria e independente. Todos os fenômenos, desde o próprio senso de uma individualidade até a experiência que esta individualidade crê exercer são vazios, destituídos de existência independente,passageiros e condicionados na grande realidade cósmica. Então eu lhes pergunto: que sentido pode haver a guerra diante deste reconhecimento? Que sentido pode haver o conflito diante deste reconhecimento?
Compreendam, o raio da Paz não se estabelecerá pela resolução da história que acontece no teatro, o raio da Paz se estabelece quando vocês reconhecem a fenomenalidade deste teatro e a fenomenalidade daquele que crê interpretá-lo. Giremos mais uma vez esta roda de Fogo. E eu lhe convido a reconhecerem-se na simplicidade do Ser.
... Comunhão vibratória...
De todos os fenômenos que vocês já experimentaram neste mundo, este diante do qual vocês se acham é de longe o mais extraordinário, porque vocês se acham na eminência daredenção.
A liberação já aconteceu para todas as almas, resta apenas que a realidade vigente ainda no mundo das formas seja contestada e dissipada nesta mesma roda de Fogo, no reconhecimento dasimplicidade do Ser. Tudo o que é necessário para que vocês atravessem este período em uma paz mais profunda ou de outro modo, num conflito mais suave, é que vocês estejam dispostos a aceitar esta contestação e a dissipação de tudo aquilo que vocês tomaram como verdadeiro e natural.
Eu lhes convido, na simplicidade do Ser, a viver mais este fenômeno, alinhados com a vibração e mais do que isto, o silêncio imutável desta roda de Fogo.
Sejam abençoados.
Aní Maritumi.
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Shylton F.
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