Em meio à insondável vastidão do Universo, a manifestação da vida, tal qual a conhecemos, tomou por palco um pequenino planeta.
Um pequenino ponto perdido em meio a bilhões de astros e estrelas. E uma casca fina de terra e água que cobre esta pequenina esfera azulada suspensa no nada fez-se lar e abrigo para todas as formas de vida que conhecemos, – repletas de beleza e resplendor.
E dentre todas as espécies que povoam este belo, frágil e único planeta, o surgimento da espécie humana representou um salto extraordinário no processo evolutivo. Pois com o advento dos seres humanos, aquilo que era inconsciente fez-se consciente.
A única espécie dotada do poder do raciocínio e do livre arbítrio e que se mostraria
capaz de voar, mesmo sem possuir asas, e de nadar nas profundezas dos mares, mesmo sem possuir nadadeiras...
A única espécie capaz de andar com a coluna ereta – um pequenino elo a unir o céu e a terra.
A única espécie capaz de sondar e de se assombrar com os mistérios que envolvem a existência.
E durante esta breve caminhada que a vida terrena representa, as pessoas, ao fazerem uso do livre arbítrio, se dividem basicamente em duas categorias:
De um lado, temos aqueles que creem que nada tem a ver com nada, e que o Universo
e a vida são resultantes de uma série de acasos fortuitos. Chegamos, partimos e acabou.
Do outro lado, temos aqueles que acreditam que esta jornada terrena é apenas uma etapa de um processo muito mais amplo e envolvente.
Aqueles que sabem que, apesar dos tempos de noite desluada que a humanidade atualmente atravessa, existe um Plano Maior em curso, que a todo instante nos convoca a sermos partícipes na sua concretização.
Aqueles que sabem que a essência prática dos ensinamentos espirituais visa ampliar nossa inteligência espiritual, para que nos tornemos qualificados a nos envolver no gracioso Plano Divino, – de modo que o reto proceder do mundo continue em marcha.
Aqueles que cultivam uma vida prenhe em significado, e reservam do seu tempo para refletir sobre o significado mais profundo das Escrituras.
Aqueles que se esforçam por merecer as Bem-aventuranças destinadas aos “pacificadores”, aos “que têm fome e sede de justiça”, aos “puros de coração”.
Aqueles que sabem escolher com sabedoria as trilhas que valem a pena ser percorridas, e as lutas que valem ser combatidas.
“Nisto se concentre toda a vossa luta:
serdes a fonte de vida e imortalidade, de paz, conforto e júbilo para toda alma, seja conhecida, seja estranha, adversária ou vossa aliada...”