Na estrada de pedras dessa vida
Eu nasci, certo dia, certa vez
Foram tantas topadas acontecidas
Que esqueci dia, hora, ano e mês
A primeira me veio tão pequenino
Que nem lembro como isso aconteceu
A mulher de cuidar do meu destino
Sem destino, deixou-me e faleceu
E eu fiquei, inocente, feio e pobre
Indefeso, a mercê de quem queria
Meus avós em atitude santa e nobre
Me criaram, com ajuda de uma tia
E mais pedras na estrada surgiria
Onde o mais tenro laço vira nó
Nove anos eu tinha e perderia
Minha outra mamãe, a minha avó
Empurrado na roda da existência
Fui saltando as pedras dessa estrada
Aprendi a perder, com paciência
E ganhar muito pouco ou quase nada
Como árvore, cresci, fiquei maduro
Com raízes fincadas, firme e forte
Vi meu fruto caindo no chão duro
E levado pra sempre pela morte
Resistí, não parei, produzi mais
Como a planta no seu metabolismo
Vê seu fruto se ir, ela incapaz
Vi um câncer roer meu organismo
Vi partir os meus entes mais queridos
Sem adeus, até logo ou algo assim
Muito deles, no auge, embevecidos
No começo da vida, teve fim
Vi fugir de mim mesmo a resistência
Vi de pé, tropeçar os sonhos meus
Vi em mim alojar-se a impotência
E o ato de amar dizer-me adeus
Vi a dor superar a alegria
Vi o pranto partir o meu sorriso
Vi no rosto do outro a ironia
Mesmo assim construí meu paraíso
Não maldigo as topadas dessa vida
Elas sim, purificam os dias meus
E a razão dessa força não perdida
Simplesmente se chama FÉ EM DEUS.
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Vavadaluz - poeta popular - Ingá do Bacamarte/Paraíba
Eu nasci, certo dia, certa vez
Foram tantas topadas acontecidas
Que esqueci dia, hora, ano e mês
A primeira me veio tão pequenino
Que nem lembro como isso aconteceu
A mulher de cuidar do meu destino
Sem destino, deixou-me e faleceu
E eu fiquei, inocente, feio e pobre
Indefeso, a mercê de quem queria
Meus avós em atitude santa e nobre
Me criaram, com ajuda de uma tia
E mais pedras na estrada surgiria
Onde o mais tenro laço vira nó
Nove anos eu tinha e perderia
Minha outra mamãe, a minha avó
Empurrado na roda da existência
Fui saltando as pedras dessa estrada
Aprendi a perder, com paciência
E ganhar muito pouco ou quase nada
Como árvore, cresci, fiquei maduro
Com raízes fincadas, firme e forte
Vi meu fruto caindo no chão duro
E levado pra sempre pela morte
Resistí, não parei, produzi mais
Como a planta no seu metabolismo
Vê seu fruto se ir, ela incapaz
Vi um câncer roer meu organismo
Vi partir os meus entes mais queridos
Sem adeus, até logo ou algo assim
Muito deles, no auge, embevecidos
No começo da vida, teve fim
Vi fugir de mim mesmo a resistência
Vi de pé, tropeçar os sonhos meus
Vi em mim alojar-se a impotência
E o ato de amar dizer-me adeus
Vi a dor superar a alegria
Vi o pranto partir o meu sorriso
Vi no rosto do outro a ironia
Mesmo assim construí meu paraíso
Não maldigo as topadas dessa vida
Elas sim, purificam os dias meus
E a razão dessa força não perdida
Simplesmente se chama FÉ EM DEUS.
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Vavadaluz - poeta popular - Ingá do Bacamarte/Paraíba