CHEGUE NA PAZ

19 de jan. de 2012

A Terra chora

Eu era tão bela, tão cheia de vida,
até que chegaste, todo cheio de si...

Eu, quando te vi, me encantei,
me despi dos individualismos;
diante de ti, me coloquei nua,
sem pudores, nem preconceitos;
me dei, com tudo que tinha;
meus dons e riquezas
foram colocados a teus pés;
me entreguei por inteira e tu?!

Tudo o que fizeste foi machucar!

Me fazer escrava de tua sede;
tua ânsia de poder, de egoísmo,
o mais vil dos sentimentos,
o querer tudo para si...

No uso indevido, do que te pertencia,
o querer manipular, destruir, matar...

Jamais pensaste em mim, só em ti!
Fui a luz dos teus dias e tu!
Foste a escuridão, a morte
Hoje, não mais sei de mim...

Meu futuro é incerto, apenas,
sei que vou sobrevivendo ao caos,
à desonra de ter sido maculada;
foste destruindo o que era belo,
me fazendo árida, esgotada
em minhas fontes de vida...

Ainda assim, me dou a ti,
te recebo,
como última morada...

A Terra chora!

É hora da Humanidade repensar na exploração sem controle,
do consumo exagerado, da falta de respeito à vida...

Disso depende a sobrevivência de vidas futuras...

Carmen Cristal