À beira do rio viviam duas plantas diferentes. A primeira, muito frágil, um caniço, e a outra, um bonito jequitibá. Dia após dia, o jequitibá humilhava o caniço.
Certa manhã o jequitibá perguntou:
- Por que Deus teria criado tão insignificante criatura?
O caniço retocou:
- Para que os insetos possam pousar...
O jequitibá zombava, ria. E perguntou:
- Você não tem medo de morrer afogado com os pingos de água que os peixinhos deixaram salpicar quando mergulhava?
Até que uma noite começou a chover forte, muito forte e o caniço, flexível, curvou-se na direção em que vinha a tempestade, amedrontado, mas firme.
O jequitibá no início dava gargalhadas, do esforço da pequena planta; mas, ao contrário dela, por ser demasiadamente grande e grosso não podia envergar-se. Estava preso ao chão... A tempestade cada vez mais forte...
No dia seguinte, o sol apareceu brilhando como nunca. O caniço estava vivo e feliz, sacudiu de leve a água com a ajuda do vento e, ao olhar para o lado, deparou-se com um triste quadro: o arrogante jequitibá inerte com suas raízes à mostra.
O caniço então diz:
- Pobre e arrogante jequitibá! Sucumbira por não ser flexível.