As metáforas, conforme certa vez definiu um poeta, são pontes poéticas
que o amor constrói... e que fazem ligação entre coisas e conceitos.
As Escrituras Sagradas das diferentes tradições religiosas não raramente lançam mão de metáforas... para tornar mais claro o entendimento das verdades do mundo espiritual.
Metáforas – pontes poéticas que o amor constrói e que fazem ligação entre coisas e conceitos. E dentre as metáforas poéticas que os versos sagrados utilizam, uma das mais belas é uma passagem dos textos da Fé...
... que compara o corpo físico a uma gaiola, e o espírito a uma ave que nela habita.
Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro.
Nada tem o pássaro que recear, porém, com a destruição da gaiola. Se a gaiola for quebrada, o espírito continuará a existir, e seus sentimentos serão até mais poderosos, suas percepções mais agudas, e sua felicidade maior.
O suave vôo das aves é uma metáfora visual a nos sussurrar que a alma é livre das limitações impostas pela matéria. Uma metáfora visual e poética que se revela aos que se dispõem a enxergar além do que os olhos podem.
E ao deslizar pelo céu, as aves nos recordam dos nossos entes queridos que já partiram. Todos os que deixaram para trás este mundo de provações e caminhadas, sonos e vigílias, dias e noites, esperanças... E as aves nos recordam ainda que em breve também chegará a nossa hora de voar.
Da força das asas do espírito depende a altura a que se pode chegar.
O corpo, frágil argila, sofre os efeitos do tempo. A alma, puro sopro, é eterna. Aproveitar os nossos breves e incertos dias para alimentar a nossa alma com valores nobres e ideais elevados.
Uma dieta espiritual rica em Amor e Bondade, Caridade, Pureza, Compaixão, Bondade, Perdão, Generosidade, Justiça, Virtudes, Gratidão, Bem-Aventuranças.
De modo que, quando a hora derradeira bater à nossa porta... possamos voar com asas limpas e puras até às mais sublimes alturas.