CHEGUE NA PAZ

4 de fev. de 2011

Somos como o riacho...

Nossa existência lembra o riacho buscando o mar.
Surgem pedras, barreiras e obstáculos.
Riacho inteligente, contorna, assimila, passa por cima, passa por baixo, sempre encontrando um jeito de prosseguir porque o mar chama, convida.
Porque o mar é seu endereço final.
Riacho bobo fica rodeando a pedra, o desafio, a barreira.
O rio atinge suas metas, porque aprende a superar dificuldades.

Continuar navegando é...
Perseverar quando a maioria desiste.
É sulcar as águas, quando outros já ancoraram.
É chutar longe a tristeza, fazendo um pacto sagrado com a paz.

Continuar navegando é...
Embeber-se de infinitos, na coragem de quem enfrenta o impossível.
É o mergulho fundo de quem atravessa a casca.
É insistir no válido e nobre, quando outros desalentam.
É colher trigo bom, num campo atapetado de joio.
É ser jovial face aos problemas, indulgente com os menos prendados, afável com os mais velhos e irmãos de todos.

Continuar navegando é...
Construir templos de fraternidade, com as pedras que jogam em nossos telhados.
É suar a camiseta, quando a maioria já saiu de campo.
É recomeçar, cada dia, mesmo que seja sobre ruínas e cinzas.
Fixando as flores, esquecendo os espinhos.
Fazendo da vida uma prece.

Continuar navegando é...
Falar palavras mansas... Florir ternura onde outros praguejam.
É dar voto de confiança, onde a maioria descrê e se acovarda.
É divinizar o humano e espiritualizar o terreno, pendurando sorrisos de alegria e gratidão até nos galhos secos do cotidiano.
É retornar às fontes da simplicidade cultivando o silêncio como se fosse um oratório.
Sempre e em tudo com a profunda vontade de...
Ser...
Cantar...
Crescer...
Servir...
Amar.

Pe. Roque Schneider