CHEGUE NA PAZ

3 de fev. de 2011

Santa Teresa e o jesuíta

No momento em que é rejeitada por todos como louca ou endemoninhada, Santa Teresa D'Ávila encontra o jesuíta Francisco de Borja.
- Não consigo rezar sozinha - diz.
- Preciso buscar a memória do Criador nos campos, na água ou nas flores. A oração para mim é um trabalho difícil, como o de tirar água de um poço. No começo consigo pegar apenas umas gotas, que aliviam a secura da minha alma. Mas, aos poucos, o balde vai se enchendo, e cada vez tenho menos trabalho para regar esses campos espirituais. Finalmente, chega um momento em que essa água se transforma em chuva e o Criador rega minha alma, sem nenhum trabalho de minha parte.
- Pois nunca deixe de ler esse livro da Criação - responde Francisco de Borja.
- Ali, na natureza, o Pai escreve suas melhores linhas.

Palavras de sabedoria - Paulo Coelho
Revista O Globo - 27/01/2008