O sábio tranqüilo...
... ama a verdade, é modesto, jamais se mostra arrogante ou intolerante, e se abstém tanto da calúnia, quanto da cobiça.
O homem que decidiu dirigir seu coração rumo à felicidade, precisa despertar e pôr fim à apatia e à indolência; ele tem que deixar de lado a vaidade.
Tem ele que renunciar à mentira e aos objetos dos sentidos, e, pelo fato de ver apenas tolice no orgulho, abstém-se de toda e qualquer forma de violência.
Não deve valorizar o que é velho, como também não se deve deixar fascinar pelo que é novo. Não se deve afligir pelo que perdeu, nem deve ansiar pelo que não atingiu. O desejo é como a enchente e o aluvião; a cobiça é como e entulho, e a sensualidade é como um atoleiro.
O sábio tranqüilo...
... firma-se na verdade e, tendo-se libertado de tudo, chega a conhecer a paz. Sábio é o penetrado pela Consciência de Luz, a partir de então, prossegue ele seu caminho independente, a ninguém invejando. Grande é a vitória de quem consegue dominar a luxúria, pois está acima do desejo e ultrapassa a dor da ânsia.
Transcendei vosso passado sombrio e, por compreensão, não admitais nenhuma nova imperfeição; prossegui, assim em paz, a vossa jornada.
Quem nunca pensa em termos de "isso é meu", "aquilo é dele" jamais se sentirá prejudicado.
Não sendo ciumento, nem sujeito à cobiça, antes, sendo liberto do desejo, inalterável quaisquer que sejam as circunstâncias, nisto consiste a sua nobreza.
Quando o pensamento é livre de impurezas, a ação não visa resultados favoráveis nem resultados desfavoráveis. O homem torna-se tranqüilo.
O sábio tranqüilo...
... não estabelece comparações entre si e os demais. Nada desejando cheio de serenidade, ele é incomparável, nada tem a ganhar, nem a perder.
Attalana Sutta