CHEGUE NA PAZ

6 de jan. de 2011

Poesia: Deus te vê...

Deus te vê, alma querida
Quando te pões na trilha escura
Para ajudar aos filhos da amargura
Que tanta vez se vão...

Como sombras errantes no caminho
Chagas pensantes ao relento
Entre as nuvens do Pó e as pancadas do Vento
Com saudades do Pão.

Deus te vê a mensagem de bondade
Com que suprimes ou reduzes
As provações, as lágrimas e as cruzes
Dos que vagam na rua sem ninguém...

E te agradece as posses que desprendes
No auxílio ao companheiro em desamparo
Seja um tesouro inesperado e raro
Seja um simples vintém!

Deus te vê quando estendes braço amigo
Aos que carregam lenhos de tristeza
Doando-lhes o afeto, o abrigo, a mesa
O remédio, a camisa, o cobertor...

E, por altos recursos sem que o saibas
Manda que a Lei te aumente os dons divinos
Em mais belos destinos
Para a glória do amor.

Deus te vê na palavra com que ensinas
A senda clara e boa
Da verdade que alenta e que abençoa
Sem perturbar e sem ferir...

E determina aos homens que teu verbo
Seja apoiado, aceito
E ouvido com respeito
Na construção excelsa do porvir.

Deus te vê quando acolhes sem revide
O golpe da pedrada que te insulta
O braseiro da ofensa, a dor oculta
Em ferida mortal...

E te louva o perdão espontâneo e sincero
Com que ajudas o Céu no trabalho fecundo
De extinguir sem alarde, entre as sombras do mundo
A presença do mal!

Deus te vê, através da caridade!
Mas não só isso... Em paz calada e santa
Pede alguém que te siga e te garanta
Na jornada de luz!...

E, por isso, onde estás, rujam trevas em torno
Sofras humilhação, injúria, cativeiro
Tens contigo um sublime companheiro:
Nosso Amado Jesus!

Maria Dolores