CHEGUE NA PAZ

3 de set. de 2010

O silêncio...

Comecei a pensar no silêncio, nas suas possibilidades boas e más, a partir de um contato com uma amiga que estava quieta em seu canto, e que eu, fui tocar com os meus pensamentos. Penso que a quietude é um estágio presente na vida, um modo de estar frente a frente com a vida e que traz uma infinidade de possibilidades para quem está passando por ela. Aquietar-se possibilita um reencontro com nós mesmos. Silenciar pode, assim, trazer-nos à consciência, outros aspectos de nossa própria vida, que estávamos deixando passar despercebidos. Vasculhar as nossas emoções, tocar com uma nova visão os nossos sentimentos, trazem sim, benefícios em quantidade, portanto, não tenhamos medo de encararmos a nós mesmos. E mesmo aspectos negativos, não podem e nem devem ser deixados de lado, vasculhados e analisados. Isolar-se antes de ser negativo, deve ser encarado positivamente, mesmo por que, não devemos nos deixar vencer por desânimos e negativismos. Na procura de nosso eu mais íntimo e verdadeiro não podemos nos deixar desanimar, por qual motivo seja! É em nosso íntimo, que reside todo o virtualismo do nosso futuro! E o silenciar, pode ser apenas um modo, de dar tempo para que outras possibilidades para a nossa vida cumpram o seu “tempo” de germinação! E de posterior maturação! Este estado de estar além de tudo, dá chance para que nos encontremos com outras oportunidades, que de outra forma passariam despercebidas à nossa consciência. E quantas idéias novas não germinam neste campo fértil? E quantas maravilhas não foram criadas por mentes brilhantes após fases de silêncio e isolamento? As maravilhas encontradas nas obras literárias, não foram escritas certamente, sob o peso do caos que é todo o burburinho da vida! A vida é também a existência de sons e barulhos, mas também de silêncios! Na verdade não sabemos muito bem a que viemos a este plano de existência, mas com os sentidos enlouquecidos e por vezes distorcidos é que não vamos descobrir o nosso papel nesta vida. No livro “Quinta Colônia, Dimensão e Caminho do Paraíso” de Jacó Filho, editora idéia, este aspecto da vida é fortemente e brilhantemente abordado. O encontrar-se consigo mesmo pode trazer surpresas! E a nossa vida certamente nunca será mais a mesma! A partir do despertar de nossa consciência, da formulação de nossos pensamentos e de uma adequada exposição de nossos sentimentos, estaremos cumprindo com a nossa parte no processo de transferência de consciência individual para a coletiva. Dando assim, a nossa colaboração, para o desenvolvimento da vida humana. Mas como tudo traz algum risco, as distorções nesse processo serão tão grandes, quanto à facilidade ou a dificuldade em obtê-lo! Se tivermos algum controle sobre a vida e seus caminhos, que tenhamos sobre as nossas vidas, primeiramente! E que tudo que advir de nossa quietude, possa ser proveitoso e o máximo possível de positivo. Quanto ao silêncio imposto, autoritário, arbitrário este sim é perigoso e daninho, tanto em uma escala individual quanto coletiva. Silenciar é um instrumento poderoso para conter o turbilhão de pensamentos. Quando calamos (e também não lemos, assistimos TV ou ouvimos música), mergulhamos em uma viagem de sensações. Comece com meia hora. No início pode ser difícil, mas vale insistir. A meditação possibilitará plantar em campo fértil suas intenções, dixando o Universo se encarregar do resto. As respostas para concretizar qualquer coisa na vida encontram-se em nosso interior. Aquietar a mente e ouvir a voz do silêncio é a melhor maneira de descobri-las.

Edvaldo Rosa