2 de ago. de 2022



Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”.

O último para dizer “me desculpa”. 

O último para dizer “eu te amo”. 

O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro.

O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois.

O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. 

Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último.

Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. 

Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração.

Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas.

Não pouparia compreensão. 

Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser.

(Ana Jácomo)