Que eu entenda que, muitas vezes, é nos momentos difíceis que eu aprendo a me conhecer.
Que eu entenda que não há manual de instruções que guie os meus sentimentos quando a vida me fizer chorar.
Que eu aprenda a agasalhar minhas emoções, dar colo ao meu coração e descansar.
Que eu saiba acolher os que passarem por mim.
Que eu compreenda que, cuidar do outro é também cicatrizar as minhas próprias feridas, porque somos todos iguais no sentir, ainda que o meu momento seja um monstro assustador.
E depois, quando a tempestade passar, que eu não me esqueça dos colos que me aninharam, dos joelhos que se dobraram por mim, das palavras que me afagaram e das mãos que me ajudaram a ficar de pé quando o meu chão se abriu.
(Eunice Ramos)