Luxo, luxo mesmo...
É manter a Divina serenidade diante das tantas provocações externas, e convites aos vazios combates. Sim, vazios!
Porque combate bom, com direito aos louros das vitórias reais são os que travamos com nós mesmos a todo instante para superarmos nossos limites, nossos equívocos, nossas dúvidas, nossas dores, nossas angústias...
Luxo, luxo mesmo, é colocar atenção se o que dizemos coaduna com o que fazemos. E isso só nós sabemos, mais ninguém.
É tirar os olhos da semeadura e colheita do outro e cuidar do nosso próprio jardim.
É não meter o bicão na sagrada missão alheia se não for para dar as mãos. (dar conta das nossas já dá um trabalhão, né não?)
Luxo, luxo mesmo é ser grato por nossa unicidade.
É saber desfrutar de um cantinho de paz que existe dentro do peito da nossa alma para descansar das batalhas diárias e renovar as forças para as próximas lutas, com coragem, entusiasmo e muita, muita gratidão.
Luxo, luxo mesmo é brilho de confiança e esperança nos olhos, mesmo quando tudo está do avesso.
É o arrepio na pele com o calor do sol, uma brisa fresca no rosto, o estalar de um beijo, uma música que afaga a alma.
É banho de chuva, de rio, de mar, recheados de risadas.
É um pôr do sol, um cheirinho de flor, um canto de passarinho, uma lágrima de emoção por um gesto nobre.
É pé descalço na grama, na estrada, na areia, na Vida.
É pão com manteiga e café com leite em boa companhia.
É saber degustar a deliciosa magia que é a simplicidade da Vida!
Na boa, na boa mesmo.
Luxo mesmo é não ter vergonha de ser feliz, cuidar minuciosamente da própria vida, não encher a paciência de ninguém e não permitir que ninguém encha a nossa.
É luxo demais, sô!
(Helena Rapozzo)