Quem nunca confundiu bondade com permissividade e autoanulação? Bem vindo ao clube!

Segundo o dicionário: "bondade é a qualidade de quem tem alma nobre e generosa e é naturalmente inclinado a fazer o bem; benevolência, benignidade, magnanimidade."

Muita gente acha que o "bonzinho" só se ferra e então, decide se tornar "mauzinho" por defesa, porque acreditar que ser bondoso é sinônimo de ser trouxa. Não é não. A bondade genuína é fruto do autoconhecimento. Afinal, como poderemos ser bondosos com os outros se não somos conosco? Precisamos, primeiro, olhar para dentro e saber quem somos.

Muitas vezes você fala "sim" para alguém querendo dizer "não". Você se deixa invadir e depois fica com raiva de si mesmo e resmunga: " Isso que dá ser bonzinho". Não, você não foi bonzinho, você se autoanulou para atender uma demanda externa.

São coisas diferentes, percebe?

O psiquiatra José Ângelo Gaiarsa usava um termo que gosto muito: "O bonzinho social". É aquele tipo clássico de pessoa que faz de tudo para agradar os outros e que acaba desagradando a si mesmo com frequência, porque tem uma compulsão em agradar.

E sabe o que é mais interessante? Quando fazemos de tudo para agradar os outros para sermos aceitos, em geral, o que acaba acontecendo é o contrário. As pessoas nos acham bobinhos e nos desrespeitam porque não colocamos limites. Afinal, quem respeita uma pessoa que não se respeita, não é mesmo?

Por isso, minha recomendação é que você não considere a bondade uma burrice. Ela é maravilhosa e transforma a sociedade quando é fruto da consciência, do autoconhecimento e não quando ela é uma bondade "fake", fruto de autoanulação de quem se deixa invadir para ter uma ilusão de aceitação.

Pratique o bem por amor, mas comece a praticá-lo com você mesmo: se conhecendo, respeitando seus limites, fazendo coisas que gosta, se permitindo ser feliz e assim, você ficará tão bem consigo mesmo que conseguirá transbordar e, naturalmente, por estar abastecido do melhor de si mesmo, vai querer praticar essa bondade com outras pessoas.

Com amor, leveza e alegria!

(Gisela Vallin)