CHEGUE NA PAZ

30 de ago. de 2020


As eternas vítimas e o jogo da atenção:

"Alguém que só se queixa de quão mal foram com ela, está buscando um aliado, não está procurando resolver sua situação. Uma vítima nos arrasta ao seu estado. Faz com que todos sejam culpáveis." (Bert Hellinger)

Às vezes, pensamos estar ajudando alguém mais fraco, menos capaz, alguém que sofre, mas na verdade estamos ajudando apenas a reforçar um papel de vítima que não colabora com o crescimento da pessoa.

Acolher num momento de desespero ou logo após um fato doloroso é uma coisa. Mas carregar alguém no colo sempre que os desafios da vida se apresentam, sob justificativa de que essa pessoa é menos preparada, indica que você caiu no golpe da vítima. E ela já entendeu como obter as coisas, que ser "incapacitada" tem lá suas vantagens; ilusórias mas tem.

Vítimas podem ser ressentidas e invejosas de todos que se mostram mais fortes e capazes. Ela se compara, se julga e depois toma dois caminhos: desaba em derrotismo dramático ou começa a projetar maus olhos sobre quem está tendo o desempenho que ela gostaria de ter mas não tem coragem.

Tudo isso sempre com uma feição de desamparo, fingindo que está tentando muito. Mas, sua intenção é penalizar, confundir quem está prosperando, e depois ganhar energia em forma de atenção.

Com o tempo, percebemos que não há atenção que baste.

É um poço sem fundo e ingenuidade seria querer preenchê-lo.

A fonte nunca pode ser outro ser humano.

A eterna vítima deve aprender o caminho que a leva para o mais profundo, pois vítimas geralmente transitam no raso e são como peixes escorregadios nas mãos de quem tenta ajudar.

(Bert Hellinger)