CHEGUE NA PAZ

26 de abr. de 2020


Há um ano atrás, estava em S.Paulo de férias, quando passou um homem muito interessante. Em um gesto de flerte, se apresentou e logo em seguida perguntou com quem eu morava e se podia passar na minha casa mais tarde. Toda beleza caiu por terra. Bom, por fim, enrolei e não dei meu número e desapareci no horizonte.

Naquele dia, fiquei me questionando... "será que estou velha, careta e perdi o time das relações atuais?" Só pode! O pior é que não para por aí! Para alguns homens, uma mulher solteira, que mora sozinha é sinônimo de casa à sua total de disposição e ausência de atividades externas.

Vou chamar de boyflix! Ele se comporta como se cinema, show, praia fosse desnecessário porque a única programação é “netflix” ou “fodaflix” na sua residência. Ele economiza o dinheiro dele, mas gasta sua água, luz... isso sem contar os folgados. Não tem essa mulher que não passou pela vergonhosa situação de mandar o cara ir embora.

Boy Netflix, deixa eu te contar uma coisa! Receber uma pessoa envolve todo um ritual de preparação. Reforçamos a limpeza, escolhemos um aroma saboroso, uma música para criar um clima no ambiente e uma comidinha, um café da hora ou um vinho. A pergunta é: esse nível de doação é para qualquer pessoa? O que faz você acreditar que merece isso?! Já pensou? Chegar e encontrar cama confortável, comidinha, lugar limpo… para quem chegou agora e já quer sentar na janela?

Amiga, a primeira pessoa a quem você deve ofertar isso é à você mesma! Depois para sua mãe, familiares, amigos e pessoas queridas. Observe bem! As pessoas que te amam são solícitas, te ajudam na organização da casa, você sente a energia de troca e a casa fica preenchida de amor e plenitude.

Quero compartilhar um ensinamento da minha mãe: Casa é algo sagrado e precioso! É a materialização do nosso corpo externo! Entrar na casa de alguém é conhecer suas intimidades, seu pequeno mundo. Conhecer uma mulher e pensar que a casa dela é uma extensão do rolê é desrespeito! Espera ser convidado e chega de mansinho.

Mia Lopes