Baú de Recordações 

Fiz uma viagem ao país de eu mesma
E me surpreendi ao encontrar
Coisas que eu julgava mortas
Abandonadas por lá!
Regredi em pensamentos
Veloz como a flecha ao vento.
Encontrei estradas de barro
Casas em ruínas, eu vi
Alguns brinquedos quebrados em um canto
Na casa em que vivi.
Linda boneca de porcelana
Desbotada pelo tempo
Um ferrinho de passar
Presentes do meu amado pai
Que queria me agradar.
Revivi uma cena triste
Um sonho que me abalou
Entre outros tantos que tive
Foi o que mais marcou
O meu pai morrendo tão jovem
Mas a vida continuou.
Encontrei entre as cascas velhas
Amizades estremecidas
Abaladas por coisas torpes
Que se esbarram na vida.
Vi também o arrogante
Ao amor pedindo perdão
Tendo nos braços a esperança
Ressuscitando paixão.
Outras cenas maravilhosas
Das quais não quero esquecer
Uma delas, o primeiro encontro
E encantos que vi em você.
Laços brancos que voavam ao vento
Tentando o nó reatar.
A noiva que driblava a chuva
Indo de encontro ao noivo
Para se unirem com sorrisos
Diante do belo altar.

(Euridice da Motta/Kita)