CHEGUE NA PAZ

3 de nov. de 2019


Nem sempre a gente vai embora por falta de amor. Às vezes, a gente vai porque sabe que não tem mais jeito. 

A gente vai porque já tentou muitas vezes e está cansado. Porque já deu milhões de chances que não foram aproveitadas. Porque já falou muitas coisas que não foram escutadas. 

A gente não vai embora porque deixou de amar. 

A gente vai porque falta respeito, reciprocidade e carinho. 

A gente vai porque falta cuidado, paciência, companheirismo e dedicação. A gente vai porque falta.

Nem sempre a gente vai embora por não amar. Às vezes, a gente vai porque ficar dói, machuca e incomoda. 

A gente vai porque aquele amor, que antes era algo tão bom, está custando a nossa paz. 

A gente vai porque aquilo que antes era a razão dos nossos sorrisos, agora só faz chorar. 

A gente vai embora porque alguma coisa mudou. Porque alguém deixou de fazer ou de dizer algo. 

A gente vai porque uma hora a gente cansa de tentar e de insistir. A gente cansa de remar o barco sozinho. Às vezes, a gente vai embora porque simplesmente não tem mais forças para continuar.

A gente não vai embora apenas quando deixa de amar. 

A gente vai embora quando aquilo para de valer a pena e de ser uma coisa boa. Quando o carinho, a atenção, os sorrisos e os gestos já não existem. 

A gente vai embora porque coloca na balança e vê que, ainda que ali exista amor, existem muitas outras coisas que fazem mal. 

Às vezes, na maioria delas, a gente vai embora mesmo querendo ficar. E a gente vai porque sabe que pode desistir de tudo, menos da gente. Nem sempre a gente vai embora por falta de amor. 

Às vezes, a gente vai embora porque sabe que merece mais. A gente sabe que merece ser feliz.