Eu não sou daqui. Eu estou aqui.

Escolhi a desventura para absorver tudo o que esta escola terrena pode me proporcionar. Buscarei o néctar da imortalidade em figuras e símbolos, até o momento em que mergulharei novamente na Divindade que repousa em minha própria essência e substância. Usarei diversas vestimentas e personalidades que me servirão oportunamente, mas logo as deixarei de lado para escalar a inominável eternidade do Ser.
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Sou uma centelha perfeita originária da chama suprema, temporariamente reduzida a uma experiência física que decretei a mim mesmo. Sujeito-me ao ímpio, aos desejos tolos, a toda sorte de ilusões grosseiras, até que o cansaço das mentiras me revele a verdade imaculada nos meus recônditos internos. Eu experimento a queda e a dor, obstinadamente, para flertar com o potencial de ascensão absoluta.
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Não caminho para ser algo novo, caminho em regresso a me tornar o que sempre fui. Reencontro as protegidas relíquias do Mistério do qual me separei. Equilibro-me entre as paixões mundanas e o amor cósmico que aguarda o meu retorno, a ser consumado quando a vontade luminosa do espírito sobrepujar os impulsos obscuros da mente. Eu encontro, pouco a pouco, as chaves perdidas da minha libertação.
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Eu observo a Natureza como o receptáculo sagrado de todos os segredos do Cosmos. Distanciado do Pai, recolho-me no seio fraterno da Mãe. Sou cria da Lei que permite que a perfeição se torne imperfeita. Ouço, quando raro os pensamentos silenciam, uma melodia silenciosa que me embala de volta para casa. Sou um filho que escolheu se ausentar. E que agora, por um sentir que não se sabe, começa a retornar.

~ xamanismoseteraios