CHEGUE NA PAZ

22 de ago. de 2019

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O Arquétipo do Homem Sagrado 

O primeiro sinal de que o masculino achou seu caminho de volta ao sagrado está na aceitação de sua sensibilidade. Ele não nega mais sua magia, sua coroa nem sua pele. Liberou seu cardíaco, seu coração aprisionado, sua intuição. E não sente mais vergonha de seus poderes lunares. De sua poesia, de seu canto noturno. 

O homem sagrado aceita a mulher que o habita, e por isso, consagra o feminino, não mais com olhos de possessão, mas como um poder criativo. Curou em si suas mulheres, não há mais disputa, não há mais medo, não há controle. Não há mais o que temer na união sagrada.

Ao fazer isso, o homem se volta para a natureza e resgata em seu peito o tambor sagrado, a batida das estações, ele honra e cuida de Gaia. Busca ser útil, torna-se um servo do amor. Observa calmo os ciclos e aprende com eles. Ele resgata sua sabedoria natural, seu olhar profundo para os mistérios que habitam o âmago da floresta. 

Um homem curado torna-se uma extensão do poder do rio, da montanha, da caverna, do deserto.

O homem sagrado caminha. Andarilho, ele busca, ele sobe, cruza mares, desertos, picos e vales. Ele busca o disco solar, o Santo Graal, o Pai na Mãe. O homem sagrado é um pescador de almas. Um curandeiro, um mago, o velho e solitário sábio com sua lamparina, confiante, calmo e silencioso.

Ele já não busca mais aprovação externa, não tem sede de poder, pois transmutou sua ganância, sua avareza, seu egoísmo. Aquela autoafirmação já não o possui, ele já não precisa mais provar seu valor, seu sucesso, sua masculinidade para outros homens. Ele não compra mais o amor, tampouco vende seu poder. Se libertou do julgo do machismo. E sim, o machismo também estende seus tentáculos perniciosos sobre os homens. Mata nele a gratidão do peito, do colo, da vida ofertada pela Grande Mãe. E por não tomá-la ele a usurpa corrompendo os ciclos e as hierarquias.

(A.D.)