Vida que segue...
Onde fores excesso, torna-te ausência.
O tempo que dura, e segue. Recupera os sentidos, torna-te amor maior, ou próprio, que é a mesma coisa; o primeiro impulso depois da perda, o maior impacto, o para sempre em conformidade.
A investigação da vida semelhante, ou analogia.
Não te concedas apenas, tu existes na realidade de todas as coisas. O princípio é apenas um; a tua breve e intensa existência. O que basta para seres feliz.
Com o tempo – e a idade é feroz – aprendes a não gostar do que não podes ter, adquirir com a pressa toda nos dedos.
Recebe com agrado a vida tal como ela é; verás as flores, a grandeza dos jardins, a plenitude dos campos, o florir das coisas tristes, a importância do rosto a gargalhar, a existência que segue viagem.
A vida é destinada aos fortes.
A vida é destinada aos que choram de pé.
A vida é destinada aos que suportam as perdas, e aguentam.
A vida é destinada aos respiram como as árvores.
A vida é destinada aos que limpam as lágrimas.
A vida é destinada aos que sabem receber e retribuir.
A vida é destinada aos diamantes.
A vida é destinada aos que felicitam a franqueza dos abraços.
A vida é destinada aos que amam sem propósito – que simplesmente amam.
A vida é destinada aos que pertencem, e tu pertences.
É uma alienação mental alimentares dentro de ti um amor não correspondido.
O que representa propriamente a vida; ouro a coriscar, armaduras possantes, espadas de ferro, grutas de pedra, a ousadia de qualquer estação do ano.
(André Marques)