Quem tem um mínimo de sensibilidade, entra com muito cuidado em um jardim. Observa bem onde coloca os pés.
Observa onde estão os pequenos brotos, evita pisoteá-los, procura com cuidado um espaço por onde possa caminhar, sem causar dano ou destruição.
Contorna as flores, encanta-se com sua beleza e caminha por entre elas com uma suave delicadeza.
Interagir com um jardim requer profundo respeito e uma boa dose de terna apreciação.
Sentindo tudo isso, sempre me choca quando vejo alguém entrar na vida alheia em de forma rude e ruidosa, muitas vezes sem ser convidado, saltando as cercas, pisoteando as flores, querendo logo se apropriar e fincar uma placa de propriedade no coração do jardim.
Ouça com atenção.
Os relacionamentos deveriam ser tratados com a mesma gentileza e respeito que deveríamos ter ao adentrar o mais sagrado dos jardins.
Aquele espaço precisa ser respeitado.
A caminhada na direção do outro deveria ser lenta e cuidadosa, até mesmo cerimoniosa.
Um passo por vez.
Deveríamos sentir o terreno.
Sermos tão cuidadosos a ponto de merecer o direito de ir adiante.
Relacionamentos, bem como jardins, não são espaços de conquistas.
São espaços de amor.
Nada deveríamos querer levar de lá.
Os relacionamentos, assim como os jardins, deveriam ser espaços de uma delicada apreciação.
Tente sentir essas palavras, na próxima vez em que estiver se aproximando de alguém.
Aprenda a fazer isso de forma atenta e cuidadosa.
Aquele espaço, aquele "Ser", é sagrado.
Tenha respeito.
Se ainda não souber como fazer isso, comece aprendendo a respeitar a si mesmo.
Afinal...
Só se pode oferecer aquilo que se tem.