A gente tem que continuar mesmo
depois que o arroz queima, a água seca,
o vinho entorna. A gente continua depois
de descobrir que os defeitos pioram com
a idade e as qualidades viram hábito no dia
a dia. A gente tem que continuar depois
do luto, da partida, da despedida, das
horas frias, do caminho incerto.
A gente continua e aprende a cantar
"apesar de você, amanhã há de ser
outro dia..." Para o amor que não deu
certo, para as falhas recorrentes, para nós
mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser. Apesar de nós mesmos,
de nossas fissuras e desencantos, a gente
tem que continuar...
(Fabíola Simões)