1 de nov. de 2016



Hoje desaprendo o que tinha aprendido até 
hoje... e que amanhã recomeçarei a aprender.
Todos os dias desfaleço e desfaço-me 
em cinza efêmera: todos os dias reconstruo 
minhas edificações, em sonho eternas.
Esta frágil escola que somos, levanto-a com 
paciência dos alicerces às torres, sabendo que 
é trabalho sem termo. E do alto avisto os que 
folgam e assaltam, donos de riso e pedras.
Cada um de nós tem sua verdade, pela qual 
deve morrer. De um lugar que não se alcança, 
e que é, no entanto, claro, minha verdade, 
sem troca, sem equivalência nem desengano
permanece constante, obrigatória, livre:
enquanto aprendo, desaprendo e torno a reaprender. 
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- Cecília Meireles, no livro "Cecília de bolso".