CHEGUE NA PAZ

24 de jul. de 2016


Estava precisando fazer uma faxina em mim…
 Jogar alguns pensamentos indesejados fora, 
lavar alguns tesouros que andavam meio 
enferrujados. Tirei do fundo das gavetas 
lembranças que não uso e não quero mais. 
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões. 
Papéis de presente que nunca usei, sorrisos 
que nunca darei; joguei fora a raiva e o rancor 
das flores murchas que estavam dentro de 
um livro que não li. Olhei para meus sorrisos
 futuros e minhas alegrias pretendidas e as 
coloquei num cantinho, bem arrumadinhas, 
com bastante cuidado. Tirei tudo de dentro do 
armário e fui jogando no chão: paixões 
escondidas, desejos reprimidos, palavras que
 nunca queria ter dito, mágoas, lembranças de 
um dia triste. Mas lá também havia coisas e boas. Aquela lua cor de prata, um pôr do sol, uma 
música. Fui me encantando e me distraindo, 
olhando para cada uma daquelas lembranças. 
Aí, sentei no chão, para poder fazer minhas 
escolhas. Joguei direto no saco de lixo os restos daquilo que pensei ser amor; peguei palavras 
cheias de mágoas que estavam na prateleira de 
cima, e também joguei fora, no mesmo instante. Outras coisas que ainda me ferem, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, 
talvez as mande para o lixão. Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda 
tudo o que é mais importante: o Amor, a Alegria, 
os Sorrisos e a Fé. Arrumei com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, 
coloquei perfume na esperança, passei um 
paninho na prateleira das minhas metas, 
deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista. Coloquei nas prateleiras de baixo algumas 
lembranças da infância, na gaveta de cima 
as da minha juventude e, pendurado bem à 
minha frente, coloquei a minha capacidade 
de amar e de recomeçar.
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Carlos Favaro Fanta