Abri a janela, como quem tira férias dos pesadelos
e sentei-me na varanda, soletrei o teu nome numa intensidade mansa.
O céu é todo meu, e o único teto que nos une.
Daqui vejo a Lua, e as estrelas são a minha companhia. Uma delas respira fundo e sussurra...
com ele a noite não tem sono.
Forcei o sorriso e sorri-lhe em pequenas doses.
Aquela estrela tinha razão, contigo as noites, não tinham sono, sempre que acordávamos o sonho.
Sabes? O meu amor tem sofrido de vertigens e os silêncios têm vontade de chorar...
Se eu morrer cuidas dele?
Guarda-o a um palmo do peito, nas fronteiras do sangue, e ama-me o último suspiro, na intensidade
do teu olhar...
Despe-me a vida, como se fizéssemos amor.
Fazes isso por mim? Fazes?
_ Carla Tavares