CHEGUE NA PAZ

27 de mar. de 2016


Acordei pela madrugada a ouvir a escalada dos ponteiros do relógio, e o frio cansava-me a paz.

Abri a janela, como quem tira férias dos pesadelos 

e sentei-me na varanda, soletrei o teu nome numa intensidade mansa.

O céu é todo meu, e o único teto que nos une.
Daqui vejo a Lua, e as estrelas são a minha companhia. Uma delas respira fundo e sussurra... 

com ele a noite não tem sono. 

Forcei o sorriso e sorri-lhe em pequenas doses.
Aquela estrela tinha razão, contigo as noites, não tinham sono, sempre que acordávamos o sonho.

Sabes? O meu amor tem sofrido de vertigens e os silêncios têm vontade de chorar...
Se eu morrer cuidas dele?


Guarda-o a um palmo do peito, nas fronteiras do sangue, e ama-me o último suspiro, na intensidade

do teu olhar...

Despe-me a vida, como se fizéssemos amor.
Fazes isso por mim? Fazes?

_ Carla Tavares