CHEGUE NA PAZ

7 de fev. de 2016


“Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar: 

"O que houve, meu Brasil brasileiro?" Perguntei-lhe!

E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: 

- Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo... antes, os meus bosques tinham mais flores e meu seio mais amores. Meu povo era heroico e os seus brados, retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes? Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil. Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula. Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. 

Pensei... 

Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? 

Pensei mais.... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz? 

Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido."

(A.D)