CHEGUE NA PAZ

6 de jul. de 2015


CONVIVER - A ARTE DE ADMINISTRAR CONFLITOS

Conviver é a mais complexas das formas de co-existência. O outro é um buril eficiente para nosso ego personalidade. Jean Paul Sartre dizia que " O inferno são os outros".... A verdade é que apesar de sermos seres gregários, a convivência costuma ser um desafio. A coisa se apresenta mais difícil ainda quando temos que conviver com uma pessoa egoísta, irritadiça, de humor instável, teimosa, mandona, mal-educada, com valores incompatíveis com os nossos, e comportamento que reprovamos. Mas, essas pessoas são como fermento para o pão, nos ajudam a crescer. Elas estão por perto para nos ensinar a ver nossos próprios defeitos, e despertar dentro de nós compreensão, paciência aceitação, dos nossos próprios limites e dos limites dos outros e principalmente, compaixão. O budismo tibetano fala da importância daquele que denominam "mestre Irado". Ele aparece em nossas vidas para nos por a prova, nos obriga a rever convicções, e a avaliar nossa conduta e a coerência entre o que cremos, pensamos, sentimos e fazemos.. Conviver com pessoas difíceis funciona como um encontro com o "mestre irado". Nossa tendencia é resistir à essas pessoas, pressupor e julgar precipitadamente em vez de compreender, com mais profundidade o que as leva a esse tipo de comportamento, Quanto mais resistimos a presença dessas pessoas, mais a presença delas torna-se perturbadora. Se acreditamos que tudo que existe está interligado, precisamos aprimorar nossa sensibilidade e sutilizar nossa percepção, para reconhecer o porque dessas criaturas nos perturbarem tanto, O que elas têm que nos cria mal estar, que nos desestabiliza. Certamente estamos jogando um jogo de espelhos. É possível que o comportamento dessas pessoas atue como algo que nos força a enxergar aquilo que não queremos ver, e que negamos reconhecer enfaticamente. É necessário ter em mente que somos aprendizes de nós mesmos e da vida, e que temos que ser verdadeiros e nos disponibilizarmos para sofrer transformações e aprender a viver com amor, integridade e sabedoria. Aferir os defeitos dos outros é uma maneira de aferir os nossos próprios defeitos, afinal só reconhecemos fora o que temos dentro. Ao invés de ficarmos presos aos nossos defeitos, e aos defeitos dos outros devemos ter a coragem de enxergar além deles, e superar nossas fraquezas e defeitos pela prática cotidiana das nossas qualidades positivas. Procurar estar em harmonia com nosso coração nos mostra que somos mestres uns dos outros, e que partilhamos com todos os seres vivos o mesmo anseio de viver em paz, alegria e liberdade. Estamos todos unidos em essência, por isso discórdias e dissenções podem ser reconciliadas quando curamos mágoas, e olhamos para nós e para os outros com novos olhos.


(Marilu Martinelli)