23 de jun. de 2015


Nos caminhos por onde andei, 
o medo reinava, 
mas a confiança na providência 
divina me fazia prosseguir.

Nos caminhos por onde andei, 
gritos ecoavam a todo instante, 
mas a serenidade interna me protegia.

Nos caminhos por onde andei, 
o sofrimento era visível, 
mas a misericórdia divina 
sempre se fazia presente na hora certa.

Nos caminhos por onde andei, 
vi muitas lágrimas, 
mas presenciei inúmeros 
missionários levando consolo.

Nos caminhos por onde andei, 
o desespero reinava, 
mas o amparo nunca tardava.

Nos caminhos por onde andei, 
as feridas ainda doíam, 
mas quando a prece 
era sincera, a luz trazia a cura.

Nos caminhos por onde andei, 
o perdão havia sido esquecido, 
mas quando semeado, 
crescia forte e libertava 
a todos da prisão.

Nos caminhos por onde andei, 
a amizade não existia, 
mas mesmo assim, 
a fraternidade sempre surpreendia.

Nos caminhos por onde andei, 
a escuridão era forte, 
mas a claridade 
chegava em caravanas.

Nos caminhos por onde andei, 
o tempo parecia ter parado, 
mas a evolução espiritual 
continuava, mesmo que lentamente.

Nos caminhos por onde andei, 
não havia flores, 
mas pequenos gestos de caridade, 
enfeitavam e perfumavam o ambiente.

Nos caminhos por onde andei, 
as intrigas eram constantes, 
mas a esperança mostrava 
que era possível vencer 
qualquer adversidade.

Nos caminhos por onde andei, 
os espinhos machucavam o corpo, 
mas o esforço no bem, 
a tudo cicatrizava.

Nos caminhos por onde andei, 
não havia sol, 
mas a tempestade se ia 
quando o amor começava a brotar.

Nos caminhos por onde andei, 
os fantasmas eram vários, 
mas com perseverança, eles eram vencidos.

Nos caminhos por onde andei, 
o chão faltava em muitos momentos, 
mas quando a sinceridade surgia 
no coração, mãos 
se estendiam para ajudar.

Nos caminhos por onde andei, 
a dúvida era constante, 
mas com paciência e trabalho 
a resposta vinha.

Nos caminhos por onde andei, 
a alegria não era conhecida, 
mas com humildade 
ela era apresentada.

Nos caminhos por onde andei, 
a loucura parecia sem fim, 
mas com afeto, a serenidade voltava.

Nos caminhos por onde andei, 
o desamparo era total, 
mas quando a fé se fazia verdadeira, 
a percepção do Pai 
a nos amparar se fazia notar.

Sim, o Pai jamais nos desampara.
Não importa os caminhos trilhados.
Se sejam caminhos de dor ou de alegria.
De resgate ou de compensação.
Todos os caminhos nos levam a Deus.
E em cada passo dado, o Pai 
sempre estará ao nosso lado.
Seja entre as trevas ou entre o céu.
Jamais estaremos desamparados.
Basta termos fé...

livro: "E a vida se renova" 
de Sônia Carvalho