
19 de abril - DIA DO ÍNDIO.
Nem um troféu para que te exibas...sou gente.
Não sou brinquedo, para divertir curiosos, sou gente.
Tampouco algo exótico, pelo o qual, se estipula um preço, sou gente.
Não moro nos velhos livros de história, mofados...
Não sou folha em branco, para que sobre meus passos, imprima os teus.
Nem lenda, para que de mim desacredites...
E acredite! sou gente!
Se não enxergas minhas dores, segue em paz.
Não atentas a meu drama? Segue em paz.
Não te importam minhas lutas não é? Pois segue em paz.
Te envergonha minha realidade? Então, por favor...segue, nem se dando ao trabalho de olhar para trás...
Sei que peso no teu conto de fadas.
Pois que o contes sem mim...
Já que sou gente.
Já que existo.
E meu sagrado, é real.
Minha invisibilidade social, é real.
Minha orfandade política é real.
Meu pranto é real.
Meu calvário é real...e atual.
Sempre atual, porque não me cabem modismos.
Minha realidade a tantos, indiferente...quer respostas, quer justiça, quer direitos, quer cidadania, quer voz. Agora!
Portanto...não careço de desserviços...
Se não te interessa que eu seja gente...
Passa!
E segue em paz...
( Entre as tribos todas dessa terra, de rodas as cores que há, buscamos irmãos, sabemos que buscam por nós. Não mais exploradores. Que nos venham, enfim, os irmãos. E que venham sem medo.)
(Gi Stadnicki)
