CHEGUE NA PAZ

9 de fev. de 2015


As Leis do Amor 

(por Elizabeth Cavalcante) 

O amor tem suas próprias leis e se não estivermos dispostos a segui-las dificilmente conseguiremos alcançar a tão sonhada felicidade.

Uma das principais leis do amor diz respeito ao fato de que ele deve ser dado sem esperar nada em troca. Quantas pessoas são capazes de continuar a amar alguém sem que sejam correspondidas?

É claro que o ideal do amor é a reciprocidade, mas nem sempre o outro pode nos dar aquilo que esperamos dele. O ego faz com que sentimentos como a raiva, o ressentimento e o desejo de vingança substituam o amor quando este é contrariado ou deixa de existir por parte do ser amado.

Mas se estivermos dispostos a mudar esta regra e guiar-nos por uma dimensão mais elevada do nosso ser, mesmo que nosso desejo pelo outro seja contrariado, podemos cultivar uma dimensão superior do amor, que consiste em querer o melhor para aquela pessoa, ainda que não seja ao nosso lado. Este é um grande desafio para aqueles que desejam sair-se vencedores na luta contra a negatividade e o egoísmo.

Outra lei básica do amor é a liberdade. Se você ama alguém, deixe-o livre, não queira controlá-lo ou determinar o que ele pode ou não fazer. Este é o caminho mais rápido para afastar a quem você ama.

Quem não consegue amar sem o desejo de controlar o outro, está infringindo outra lei do amor que é a confiança. Sem ela, o amor jamais poderá subsistir, e se tornará cada dia mais frágil.

Outra importante lei do amor é a lealdade. Se eu amo alguém é imprescindível que eu seja leal a esta pessoa, não a desrespeite e não aja de modo a trair o pacto de sinceridade que está implícito em qualquer relacionamento de amor que se estabelece entre duas pessoas.

Para que possamos vivenciar estas leis em toda a sua plenitude, é necessário que as tenhamos plenamente integradas em nosso próprio interior. Caso contrário, seremos presas fáceis de relacionamentos onde a maioria destas leis ou a totalidade delas é desrespeitada por nós ou por nossos parceiros, e os sentimentos de medo e insegurança farão com que permaneçamos nestes relacionamentos, negando-nos qualquer chance de experimentar a real, profunda e verdadeira dimensão do amor.

Você ama uma pessoa e a pessoa ama você. Um dia, você o vê sendo atraído por uma outra mulher... Aí a comparação começa. Então ele está deixando você? Então ele encontrou alguém que é melhor que você? Então ele encontrou alguém que é mais bela que você? 


Você pode não perceber muito claramente, mas é exatamente isso que cria o ciúme: essa ideia que alguém pode ser melhor, que alguém pode ser mais bela, que alguém pode atrair o seu parceiro mais do que você mesma. Isso cria uma sensação interna de inferioridade e você começa a sentir ciúme. Você criará todos os tipos de obstáculos possíveis para destruir essa possibilidade.

Não ter qualquer ciúme só é possível quando você vier a aceitar a si mesma tão completamente que não exista mais qualquer comparação, quando você não se comparar com mais ninguém. Mesmo se o seu namorado se aproximar de alguma outra pessoa, isso não criará qualquer comparação. É apenas o simples fato de que ele se tornou atraído por aquela mulher. Isso não lhe traz nenhum conflito com a outra mulher, isso não diz respeito a você. Isso diz respeito ao homem, nada a respeito de você, isso não se refere a você, absolutamente.

Mas isso só é possível quando você se tornar tão integrada que você pode viver sem um namorado, você pode viver sem estar sendo amada e ainda assim se sentir tão feliz quanto se sente sendo amada; quando o amor não for mais uma necessidade, mas simplesmente uma alegria. Se você está sendo amada, tudo bem. Se você não está sendo amada, tudo está perfeitamente bem. Você não está atrás disso. Não há qualquer ego carente e você não faz disso uma viagem de ego.

Quando o amor não é uma busca, não é uma necessidade, mas um compartilhar, ele tem uma tremenda beleza. Aí, ninguém estará preocupado se ele vai ou não durar para sempre. Se ele acontecer apenas por este momento já será ótimo, a pessoa compartilha. Se amanhã você encontrar de novo com esse homem e ele estiver pronto para se encontrar com você, você compartilha novamente, caso contrário, dê um tchau. Agradeça a ele porque houve um momento em que você compartilhou e foi um momento feliz e você não quer fazer disso uma coisa permanente.

A idéia de fazer alguma coisa permanente surge apenas porque você está movida pela necessidade. Você está com medo, esse homem deu felicidade a você e amanhã, se ele disser não, você ficará de novo infeliz. Assim, você procura dar um jeito para que amanhã ele não possa escapar. Tranque a porta! Mas uma vez que a porta esteja trancada, aquela energia não estará mais presente, nem mesmo neste exato momento, porque o amor acontece apenas em liberdade.

Um dia, através do aprendizado, experimentando muitos relacionamentos, a pessoa se torna madura. Então o ciúme desaparece. Então você estará simplesmente feliz se esse homem vier e compartilhar a sua energia com você, ou se ele quiser compartilhar com alguma outra pessoa, você estará feliz. Essa é a liberdade dele, você nada tem a ver com isso. Somente nós somos os mestres de nós mesmos e ninguém mais deve pretender ser o mestre de outras pessoas. Quando a liberdade é deixada intacta, o amor cresce infinitamente.

(Osho)